A Dor do Luto: Quando a Perda se Torna Depressão?

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Muitas pessoas podem até tentar explicar, mas só quem já sentiu a dor do luto sabe muito bem como ela pode afetar a vida como um todo.

Cada pessoa lida com as perdas de uma maneira muito particular, ou seja, é normal ver alguém chorar bastante, como também ver outra pessoa em completo silêncio, sem derrubar uma lágrima.

O luto é uma experiência natural ao se deparar com a perda de um ente querido, portanto, sentimentos como tristeza, solidão e angústia são comuns nesse processo.

Porém, muitas pessoas não possuem um nível de estabilidade emocional para poder seguir em frente após perder alguém, o que pode resultar em distúrbios psicológicos mais sérios.

A depressão associada à dor do luto é uma combinação perigosa, pois pode gerar muitos riscos para a saúde e falta de bem-estar para quem está sofrendo.

Por isso, é muito importante compreender o luto e perceber quando esse processo natural se torna depressivo, necessitando de acompanhamento médico.

Neste post, você vai entender quando a dor do luto se torna um problema psicológico e qual é o momento certo para procurar ajuda. Continue a leitura!

A dor do luto e a depressão: são a mesma coisa?

Algumas pessoas têm a ideia errada de que luto e depressão são a mesma coisa, quando, na verdade, são diferentes.

É inevitável que muitos dos sentimentos sejam iguais, como sentimento de culpa, não conseguir sentir felicidade, insônia, falta de apetite e muitos outros.

Mas isso não quer dizer que quem está de luto tem depressão ou vice-versa. Afinal, para que a depressão aconteça, não é preciso que o indivíduo tenha perdido um parente ou um grande amor.

Para esclarecer melhor, listamos as 3 principais causas da depressão segundo o Ministério da Saúde:

1. Genética

Estudos feitos com famílias indicam um componente genético para predisposição à doença. Esse componente representa até 40% da suscetibilidade para desenvolver depressão.

2. Bioquímica Cerebral

Existem relatos de que a deficiência de substâncias no cérebro, chamadas de neurotransmissores, também estão relacionadas com o surgimento da doença.

A noradrenalina, serotonina e dopamina estão envolvidas na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor.

A dopamina e a serotonina são consideradas hormônios da felicidade, por isso, a deficiência dessas substâncias resulta em sentimentos ruins.

3. Eventos vitais

Por fim, eventos estressantes podem desencadear episódios depressivos, como uma separação, perda de emprego, o falecimento de alguém e ter que lidar com a dor do luto, por exemplo.

Quando procurar ajuda?

Agora deu para entender melhor que o luto e a depressão são coisas diferentes, apesar de compartilharem de alguns sentimentos, certo?

Então, como saber que alguém precisa de ajuda? Quando o luto se torna depressão? Nem todo luto precisa de ajuda profissional e a gente explica para você.

No luto, alguns sintomas podem ser grandes indicativos de patologia, caso se prolonguem além do tempo esperado.

Como já falamos que o luto é único para cada um, não existe um tempo certo para que ele chegue ao fim, mas é esperado que dure entre três meses a dois anos.

Não conseguir resgatar a vida social e não se desfazer de pertences pessoais do falecido após esse período podem ser indicativos de depressão.

No período de luto, psicólogos e psiquiatras alertam para atitudes de desinteresse pela própria vida, desistências de projetos e abandono de precauções com a saúde e cuidados pessoais.

Quando essas ações possuem uma duração de mais de seis meses, é importante buscar ajuda profissional, pois o indivíduo pode estar em um quadro depressivo.

A depressão é uma doença

É muito importante entender que a depressão é uma doença crônica e não apenas algo passageiro, como o luto.

A Organização Pan-Americana da Saúde estima que mais de 300 milhões de pessoas sofram com esse transtorno psicológico.

Já em uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030.

Portanto, compreender que a depressão é uma doença é o primeiro passo para ajudar na recuperação de quem está sofrendo com a dor do luto.

Isso ajudará que o indivíduo entenda que precisa ir ao médico, fazer terapia e tomar medicamentos, assim como em qualquer outra doença, por exemplo.

É importante deixar claro que não é o luto em si que causa o transtorno psicológico da depressão.

O que pode acontecer, principalmente com pessoas mais vulneráveis, é que a dor do luto pode ser muito forte e se tornar um estressor psicossocial, resultando na depressão.

Portanto, o luto seria um “gatilho” para isso, ou seja, um caminho emocional para que a doença se desenvolva.

Superação e prevenção da dor do luto

Normalmente, quem perdeu um ente querido passa por algumas fases do luto, dentre elas, a própria depressão.

Existem algumas maneiras de amenizar a dor do luto e boas práticas que ajudam a prevenir transtornos psicológicos. Nós fizemos uma lista para você. Confira:

  • Não ignore o luto. Esse processo, apesar de doloroso, permite que você ressignifique as coisas ao seu redor e observe a vida com outro olhar.
  • Não se isole. Claro que você pode querer ficar um tempo sozinho, mas se isolar de tudo e de todos pode apenas agravar os sentimentos ruins. Por isso, conte com a companhia de amigos e familiares.
  • Fale sobre o assunto quando estiver pronto. Às vezes, faz muito bem colocar para fora todo aquele aperto em nosso peito.
  • Evite o consumo de álcool e não utilize drogas. Em momentos de perda, essas substâncias são potencializadoras para desenvolver dependência.
  • Desapegar não é esquecer. Volte à rotina aos poucos e faça aquilo que lhe dá prazer.
  • Pratique atividades físicas. Se exercitar libera em seu corpo os quatro hormônios da felicidade: endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina.
  • Se nada funcionar, é o momento de procurar ajuda profissional. Converse com psicólogos e psiquiatras para encontrar um caminho para superar essa dor.

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