O luto é uma experiência exclusivamente humana ou é possível que animais vivenciem este sentimento?
É sobre o luto animal que batemos um papo hoje. Para passear por este assunto interessante, mas que pode trazer lembranças duras para muitas pessoas, nós preparamos seis perguntas e respostas.
É só seguir a leitura e conferir as 6 perguntas e respostas sobre luto animal que preparamos para você, amigo leitor.
1. Todos animais vivem o luto?
Até onde conseguimos entender, não. Por razões evolutivas e biológicas, acredita-se que apenas parte dos mamíferos e aves sentem algo parecido – às vezes muito parecido – com a experiência humana do luto.
Especificamente entre os mamíferos, manifestações de luto são especialmente comum entre mães e filhotes. Porém, são muitos os casos em que é possível observar este fenômeno em outras relações, inclusive em situações em que os bichinhos são apenas bons amigos ou entre diferentes espécies.
Outro ponto é que, mesmo dentro destes dois grupos, não são todos os animais que experimentam algo parecido com o luto. Estes comportamentos são muito mais comuns em espécies altamente sociáveis, que vivem em grandes grupos e criam laços diversos entre si (como primatas) e naqueles que foram domesticados, como cães e gatos.
2. Como sabemos que um animal está em luto?
Esta é uma das perguntas mais comuns quando o assunto é luto animal. Afinal, como poderíamos saber se aquilo que um animal está sentindo é luto ou outra coisa? Se é de fato um sentimento ou mero instinto?
São várias as manifestações do reino animal que podemos chamar de “luto animal”, ou seja, sinais de que aquele animal está experimentando a dor da perda. A referência, inevitavelmente, é a própria experiência humana do luto.
Uma manifestação bastante comum em várias espécies de aves e mamíferos é a perda de apetite ou recusa em se alimentar nos dias ou até semanas após a morte do outro animal.
Isso pode se tornar ainda mais extremo em certas espécies, como algumas aves. Há casos observados em que pássaros absolutamente pararam de se alimentar após a perda do companheiro, levando à morte do bichinho enlutado por inanição (fome). Este comportamento é particularmente comum em algumas espécies de coruja, como a coruja-das-torres (foto abaixo), conhecida por ter apenas um parceiro por toda a vida.
Outras manifestações são ainda mais claras e parecidas com nós, como relata o primatólogo Frans de Waal em entrevista ao jornal alemão DW. Entre os primatas, por exemplo, é possível observar comportamentos como a tentativa de reanimar o corpo do animal falecido, gritos, choros e cobrir o corpo para protegê-lo.
Já os corvos chegam a demonstrar comportamentos que podem até parecer ritualísticos para gente, como caminhar em círculo ao redor do corpo do companheiro morto enquanto emitem sons. Outras chegam ao extremo de se mutilar, arrancando as próprias penas e se machucando durante o processo de luto.
3. Mas os animais conseguem entender o que é a morte e que é para sempre?
Essa também é uma pergunta e tanto já que estamos falando de luto animal, não é mesmo? Na mesma entrevista que citamos anteriormente, de Waal cita um caso em que a fêmea alfa de um grupo de macacos matou uma cobra venenosa. Após observarem que a cobra estava morta, os macacos filhotes, antes com medo da cobra, passam a brincar e usá-la como se fosse um “colar”.
Ou seja, pelo menos os primatas, em algum sentido, parecem conseguir entender com clareza o conceito de permanência da morte; isto é, aquele animal que era uma ameaça, agora morto não é mais. E isso é para sempre.
Em outros casos, no entanto, os estudiosos do comportamento animal ainda não têm uma resposta definitiva para esta questão. O mesmo vale para a questão quanto à capacidade dos animais – mesmo os mais inteligentes – de entender a própria condição e que um dia morrerão.
4. Os animais lembram por quanto tempo dos amigos, companheiros e parentes que morreram?
Esta é outra pergunta difícil de responder, mas temos alguns exemplos interessantes no mundo animal.
Você já ouviu falar de “memória de elefante”, certo? Um dos melhores exemplos da tal supermemória dos elefantes diz respeito, exatamente, a como eles lidam com a morte dos membros do grupo e vivem o seu luto animal.
É comum, na natureza, que os elefantes continuem voltando ao lugar do falecimento de um companheiro ou filhote. Ou seja, eles seguem visitando aquela ossada, mais ou menos da mesma maneira que nós continuamos visitando, no cemitério, as pessoas amadas que partiram.
Ah! Não estamos falando de processo de semanas ou meses, mas sim de um luto que muito comumente se estende por até dois anos.
Os golfinhos e seus parentes do reino animal também vivem o luto animal de maneira intensa e duradoura. Há relatos de que mães que perdem os filhotes chegam a “velar” o corpo por até duas semanas, levando-o consigo. Eles também expressem a dor vocalizando, “gritando” em frequências específicas.
Outro exemplo muito famoso de luto animal é do cachorrinho akita que inspirou a história do filme Sempre ao Seu Lado. O bichinho continuou indo até a estação de trem onde encontrava o seu dono por mais de uma década após a morte deste.
5. Então, os animais podem sentir luto por outra espécie?
A maior parte dos estudiosos do comportamento animal acreditam que sim, é possível que o luto animal se estenda interespécies, particularmente com animais domésticos ou domesticados. Gatos, cachorros, papagaios, primatas e outros animais que têm relações duradouras com outras espécies (incluindo nós, humanos) parecem demonstrar um claro processo de luto e processamento da perda.
Quem já viveu a triste experiência de acompanhar um pet nos dias e semanas após a perda de uma pessoa próxima costuma relatar sintomas como queda na atividade, aumento das horas de reclusão e diminuição de apetite. Então, é justo dizer que, muito provavelmente, nossos amiguinhos vivem o luto.
Naturalmente, estes sintomas podem aparecer mesmo que não haja, de fato, a morte do cuidador. Relatos do tipo também são comuns em casos de abandono ou, por exemplo, quando os cuidadores de longa data em um zoológico deixam de trabalhar ali. De toda forma, a experiência que o animal está vivendo é a experiência da perda e, assim, do luto.
6. Como lidar com o luto animal dos nossos pets?
Como comentamos, a maior parte dos animais que temos como pets – cães, gatos, aves – entendem e sentem fortemente a perda de um companheiro ou cuidador, seja humano ou outro animal, da mesma espécie ou não. Ou seja, o luto animal é algo muito real para eles.
Por isso, o primeiro passo é entender este processo como natural. Ver o bichinho amuado, recluso e se alimentando menos será duro, ainda mais se você também estiver vivendo aquele processo de luto, mas é algo que vocês passarão juntos.
Em alguns casos, no entanto, o luto animal pode se prolongar ou ser mais intenso, levando a situações perigosas. O maior risco à saúde do bichinho enlutado está na alimentação e hidratação. Se você observar estes sinais, o melhor caminho é levá-lo ao veterinário.
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