Para quem nunca participou de um enterro ou não tem lembranças tão recentes de um velório, é comum encontrar pessoas tristes e chorando nesses locais. Afinal, estamos falando de um momento de tristeza pela partida de um ente querido, mas você sabia que existem profissionais que oferecem exatamente esse serviço: estamos falando da carpideira.
Sim, a história mostra que nem sempre é fácil se despedir da pessoa que está sendo velada. Até por isso, uma profissão é exatamente confortar publicamente quem está naquele funeral, por exemplo. Mas qual é a relação das carpideiras com a Bíblia ou até mesmo o que faz uma pessoa contratada para essa função?
O que acha de conferir essa viagem histórica até chegarmos ao papel das carpideiras nos dias de hoje? Continue a leitura!
O que é e o que faz uma carpideira?
Uma carpideira é uma profissional que oferece serviços de luto. Elas atuam em funerais e velórios para expressar a dor e a saudade pela perda de um ente querido. Essa tradição, que vem desde os tempos antigos, ainda é comum em algumas culturas e regiões, por mais que não seja tão popular no Brasil. Pesquisando sobre o tema acabamos encontrando mais relatos modernos das carpideiras em Portugal do que por aqui, por exemplo.
Na prática, o papel da carpideira é confortar os enlutados, chorando e lamentando publicamente. Isso pode ajudar a aliviar a dor da perda e a permitir que todos que estejam no local expressem os seus sentimentos de maneira coletiva, mas existem variações sobre como essas emoções podem ser demonstradas.
Algumas carpideiras utilizam a voz e gestos, enquanto outras podem ficar no choro e nas expressões faciais. Tudo isso ajuda no processo de luto de familiares, mostrando que eles podem se concentrar em suas próprias emoções e memórias, sempre de maneira respeitosa ao falecido.
Por mais que pareça algo incomum, em algumas culturas, essa profissão é vista como essencial para a cerimônia. Garantindo que o adeus ao ente querido seja feito de forma digna e significativa, além de ajudar as pessoas a enfrentarem o processo de despedida com mais apoio emocional.
Qual é a história da profissão?
A história dessa profissão é diretamente conectada a diferentes civilizações antigas, sendo muito presentes nas tradições funerárias mediterrâneas e do Oriente Médio. Não à toa, a prática de contratar mulheres para lamentar a perda de entes queridos era comum em sociedades como a Grécia e Roma antigas, além do Egito e da Mesopotâmia.
E essas profissionais eram valorizadas justamente por sua capacidade de expressar a dor do luto de forma pública e muito expressiva. Em muitas culturas, era comum acreditar que as lamentações ajudavam a guiar a alma do morto para o além. Também, de proporcionar conforto emocional aos enlutados.
Essa tradição também se espalhou pelo sul da Europa e, mais tarde, pela América Latina, onde ainda pode ser encontrada em algumas regiões. Com o tempo, o papel das carpideiras evoluiu, mas sua essência permaneceu a mesma: expressar a dor e a saudade de maneira intensa e pública.
Como as carpideiras são apresentadas na Bíblia?
Falando em história, as carpideiras são figuras presentes em diferentes contextos da Bíblia, principalmente no Antigo Testamento. Em todas as aparições, elas são vistas como figuras importantes nas cerimônias de luto, sendo convocadas para chorar e lamentar a morte de alguém.
No livro de Jeremias, por exemplo, o profeta chama as carpideiras para lamentarem a destruição de Jerusalém, ressaltando seu papel crucial em momentos de grande tristeza e perda. Afinal, essas mulheres eram especialistas em expressar dor e sofrimento, utilizando cânticos e prantos para comunicar a intensidade do luto para o povo daquela região.
No livro de Amós, há outra referência às carpideiras, indicando que sua presença era um sinal de luto profundo e respeitável. Nesse caso, elas eram vistas como intermediárias entre os vivos e os mortos, ajudando a comunidade a processar a perda e a honrar os falecidos.
Enquanto isso, no Novo Testamento, o Evangelho de Marcos também menciona carpideiras no relato da ressurreição da filha de Jairo. Nessa passagem, Jesus encontra um grupo de pessoas chorando e carpideiras profissionais lamentando a morte da menina, demonstrando a continuidade dessa prática funerária na época de Jesus.
As carpideiras existem até hoje?
Assim como a Bíblia retrata as carpideiras como figuras essenciais em rituais de luto, em algumas culturas modernas, a profissão ainda é praticada, embora de forma menos comum. Hoje, as carpideiras são vistas como guardiãs de uma tradição ancestral que valoriza a expressão do luto e a importância do ritual na despedida de entes queridos.
Em países como a Grécia e a Itália, essa prática continua, principalmente em certas regiões rurais e mais interioranas, onde as carpideiras são contratadas para lamentar a perda durante funerais. Elas desempenham um papel importante na cerimônia, ajudando a comunidade a expressar sua tristeza de maneira coletiva.
Na América Latina, a tradição das carpideiras também continua, especialmente em áreas rurais do México e do Peru. Essas mulheres são chamadas para chorar e lamentar, criando uma atmosfera de respeito e saudade. Além desses países e regiões, também existem referências recentes de carpideiras na cultura popular.
O filme “As Choronas” (2016), por exemplo, do diretor argentino Fabian Forte, é o tipo de representação ajuda a manter a memória e a relevância das carpideiras na sociedade contemporânea. Afinal, mesmo em uma era de modernização, as carpideiras continuam a ser importantes, simbolizando a importância dos rituais de luto.
Qual é a história das carpideiras no Brasil?
Mesmo que não sejam tão comuns no Brasil, algumas regiões do país têm raízes com essa profissão, especialmente o Norte e Nordeste. Voltando um pouco no tempo, o costume veio junto dos colonizadores portugueses e espanhóis, mas fazendo pequenos ajustes para se adaptar as culturas locais.
Principalmente em áreas rurais mais tradicionais, essa prática foi presente por muito tempo e as características mais comuns das carpideiras brasileiras eram os cânticos fúnebres e as lamentações. Mesmo com pequenas diferenças, o foco era sempre expressar luto e respeito a quem faleceu.
Agora que você terminou essa viagem histórica e conheceu um pouco mais sobre as carpideiras e como elas ainda são importantes em certas culturas, o que acha de continuar por dentro de assuntos como esse? Siga as nossas páginas nas redes sociais, estamos no Facebook, Instagram, LinkedIn, Spotify e YouTube!