Não é fácil perceber que alguém que gostamos ou amamos está em um cenário tão grave que as suas dores são ainda maiores do que até mesmo a doença que os levou até o hospital, por exemplo, não é mesmo? Apesar de também não ser uma solução simples, os cuidados paliativos são uma alternativa para diminuir a dor desse momento.
A definição mais técnica do termo “paliativo” significa acalmar ou reduzir temporariamente um mal. Mas o que essa abordagem médica realmente significa na prática? Continue a leitura para entender como essa abordagem é fundamental não só para os pacientes, mas também para todos aqueles que estão ao redor.
Confira!
O que são cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos são uma abordagem médica que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas enfrentando doenças graves, especialmente aquelas em estágio avançado. Esses cuidados focam no alívio da dor, controle de sintomas, suporte emocional e espiritual tanto para o paciente quanto para sua família.
No cenário ideal, eles são oferecidos por uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde. O objetivo principal é proporcionar conforto e apoio, independentemente da cura da doença ou dos resultados do tratamento.
Também é importante entender que os cuidados paliativos não se restringem apenas a pacientes terminais, mas também são indicados para aqueles em qualquer fase da doença grave. E, ainda mais fundamental, é um processo que pode ajudar todos os que estão ao redor daquele paciente.
Quando os cuidados paliativos podem ser aplicados?
Os cuidados paliativos são aplicados em uma variedade de contextos, como hospitais, clínicas especializadas e até mesmo unidades de cuidados domiciliares. Mas as razões mais comuns são essas aqui:
- Diagnóstico de uma doença grave: assim que um paciente recebe um diagnóstico de uma doença grave, como câncer, doença cardíaca avançada ou doença pulmonar crônica, os cuidados paliativos podem ser iniciados. Eles ajudam a gerenciar os sintomas desde o início, proporcionando alívio da dor e apoio emocional;
- Doença em estágio avançado: conforme a doença progride, os sintomas muitas vezes se intensificam. Os cuidados paliativos são fundamentais nesse estágio para controlar a dor, gerenciar problemas respiratórios, náuseas, fadiga e outros sintomas que podem impactar negativamente a qualidade de vida do paciente;
- Terminais: nos estágios terminais de uma doença, os cuidados paliativos se concentram em proporcionar conforto e apoio tanto ao paciente quanto à família. Eles ajudam a garantir que o paciente viva seus últimos dias com dignidade, livre de dor e desconforto, enquanto também oferecem suporte emocional para a família lidar com a despedida;
- Doenças crônicas: mesmo em casos de doenças crônicas que não são necessariamente terminais, como insuficiência cardíaca congestiva ou doença renal crônica, os cuidados paliativos desempenham um papel crucial. Eles ajudam os pacientes a gerenciar sintomas persistentes, como falta de ar, dor crônica e fadiga, e a lidar com o impacto emocional dessas condições ao longo do tempo;
- Cuidados pediátricos: crianças com doenças graves também se beneficiam dos cuidados paliativos. Eles são adaptados às necessidades específicas das crianças e suas famílias, proporcionando suporte emocional, controle de sintomas e assistência no processo de tomada de decisões difíceis.
Em resumo, os cuidados paliativos podem ser aplicados desde o diagnóstico de uma doença grave até os estágios avançados e terminais. Eles são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, proporcionando alívio da dor, controle de sintomas e suporte emocional, tanto para o paciente quanto para seus entes queridos.
Quais são os princípios do paliativismo?
Os princípios do paliativismo se baseiam em proporcionar conforto e qualidade de vida aos pacientes enfrentando doenças graves. O princípio da integralidade visa atender todas as necessidades do paciente, incluindo físicas, emocionais, sociais e espirituais, o que reforça a abordagem holística, não focando apenas na condição médica.
A comunicação eficaz é outro princípio-chave, garantindo que o paciente e sua família estejam informados sobre sua condição e opções de tratamento, permitindo que tomem decisões bem-informadas. Assim, todos entendem o que está acontecendo, as alternativas e as melhores estratégias para o paciente.
Além disso, o alívio da dor e do sofrimento é outro princípio: utilizando medicamentos e terapias para controlar os sintomas e promover o conforto. Outro ponto é o respeito à autonomia do paciente é fundamental, permitindo que expressem suas preferências e desejos em relação ao seu cuidado.
Por fim, o princípio da continuidade dos cuidados assegura que o suporte seja mantido ao longo do tempo, sempre se adaptando às necessidades do paciente à medida que sua condição evolui. Esses princípios orientam os profissionais de saúde na prestação de cuidados paliativos de alta qualidade e sempre com compaixão.
Cuidados paliativos e eutanásia, existe relação?
Apesar de serem confundidos por muitas pessoas, cuidados paliativos e eutanásia são abordagens distintas no cuidado de pacientes com doenças graves. O primeiro tipo de tratamento, baseado no paliativismo, foca em melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando sintomas físicos, emocionais e espirituais.
O foco desse processo é o conforto e a dignidade do paciente até o final natural da vida, oferecendo suporte para que o paciente viva seus últimos dias com o máximo de conforto possível. Enquanto isso, a eutanásia envolve a decisão deliberada de encerrar a vida de uma pessoa para aliviar seu sofrimento.
Na prática, é um ato intencional realizado por um profissional de saúde ou por solicitação do próprio paciente, com o objetivo de acabar com a vida de forma rápida e indolor. Ao contrário dos cuidados paliativos, a eutanásia é considerada um ato controverso e ilegal em muitos países devido a questões éticas e morais sobre o direito à vida e à autonomia.
Em resumo, é importante entender que colocar em cuidados paliativos não significa abandonar ou desistir daquela pessoa. O objetivo dessa técnica é justamente dar o máximo de conforto e dignidade para quem está doente, reduzindo os impactos e os desafios de um momento tão delicado e doloroso.Um outro tópico que precisa ser melhor compreendido quando falamos em paliativos é justamente o luto antecipado. Afinal, quando uma pessoa querida entre em cuidados paliativos ou decide pausar um tratamento, esse é um período desafiador também para quem fica e é importante entender como lidar com esse cenário.