Enfrentar a perda de um ente querido é um dos desafios mais difíceis da vida, não é mesmo? A tristeza e o vazio que surgem podem ser intensos, mas cada pessoa lida com o luto de maneiras diferentes. Independentemente de como isso é feito, é a saúde emocional que tem um papel fundamental.
Mas o que é, exatamente, esse conceito? E por que ela se torna ainda mais importante ao lidarmos com a perda? Todas essas perguntas são essenciais para conseguir passar por essa fase dolorosa com resiliência e força interior.
O que acha, então, de entender um pouco mais sobre esse tema e como ele pode ser trabalhado para ajudar você a enfrentar as situações mais complexas?
Continue a leitura para conferir!
O que é saúde emocional?
A saúde emocional representa o bem-estar das nossas emoções e sentimentos. Ela está diretamente ligada à maneira como lidamos com situações desafiadoras, como nos adaptamos às mudanças e como nos relacionamos com o mundo à nossa volta.
Mas ter saúde emocional não significa, por exemplo, estar sempre feliz ou evitar sentimentos negativos. Pelo contrário, representa ser capaz de reconhecer, expressar e regular as emoções de forma saudável.
Além disso, manter o controle implica também em desenvolver uma consciência sobre si mesmo, identificar padrões de comportamento, compreender suas reações e trabalhar para manter o equilíbrio diante de adversidades.
Pessoas com uma saúde emocional equilibrada tendem a ter mais facilidade para lidar com o estresse, são mais resilientes e conseguem se adaptar melhor às transições inevitáveis da vida, como o luto.
Qual é a relação entre saúde emocional e o luto?
Quando perdemos alguém que amamos, somos confrontados com uma mistura de sentimentos como tristeza, raiva, confusão e até mesmo culpa em alguns casos, não é mesmo? Por mais que esses sentimentos sejam normais, é essencial cuidar da saúde emocional para evitar que elas se transformem em um problema maior.
Tudo isso porque, nesse contexto, ela que nos ajuda a processar a dor de forma saudável, permitindo que a tristeza e outras emoções fluam, sem que nos afoguemos nelas.
Quando temos uma base de emoções sólida, somos capazes de nos dar tempo para sentir, sem tentar “pular” etapas do luto ou sufocar as emoções. Isso é crucial, pois, ao ignorar ou evitar os sentimentos de perda, corremos o risco de prolongar o sofrimento ou desenvolver outros problemas, como ansiedade ou depressão.
Manter o equilíbrio emocional durante o luto não significa evitar a dor, mas sim aprender a conviver com ela de maneira que não domine (e afete) todos os aspectos da vida. Não se esqueça: é natural passar por altos e baixos, e é exatamente aí que ela entra, para dar força para nos levantarmos.
Quais são os sinais de que a saúde emocional precisa de atenção?
Um desafio é que nem sempre é fácil perceber que não estamos nos sentindo tão bem. Muitas vezes, os sinais são sutis e podem passar despercebidos até que se tornem mais evidentes. Mas alguns pontos podem ser observados:
- Mudanças bruscas de humor: se você percebe que está passando de emoções extremas com muita frequência, como de raiva para tristeza profunda, pode ser um sinal de que suas emoções estão desreguladas;
- Falta de motivação: se atividades que antes eram prazerosas ou rotineiras se tornaram uma carga, é importante investigar o que está acontecendo no seu emocional;
- Exaustão constante: ela também se manifesta fisicamente. Se você se sente constantemente cansado, mesmo após dormir bem, pode ser um sinal de sobrecarga;
- Isolamento: quando a tristeza e a dor fazem com que você se afaste de amigos e familiares, ou até mesmo evite pedir ajuda, sua saúde emocional pode estar comprometida;
- Dificuldade de concentração: problemas em focar em tarefas simples ou no trabalho também podem ser um indicativo de que suas emoções estão desequilibradas;
- Descuido com o autocuidado: negligenciar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, exercícios físicos e descanso adequado, pode ser um reflexo da sua saúde emocional debilitada.
Se você reconhece esses sinais em si mesmo, pode ser hora de dar mais atenção ao seu bem-estar físico e mental.
Quais são as 8 estratégias para manter a saúde emocional?
Os sentimentos acima são o seu caso ou de alguém que você se importa? Então é hora de ficar de olho em algumas dicas que podem ajudar a ter o equilíbrio necessário em momentos tão difíceis. Confira!
1. Sinta as suas emoções
Uma das primeiras e mais importantes atitudes ao lidar com o luto é se dar a permissão para sentir todas as emoções que surgem. Por mais que pareça óbvio, muitas pessoas tentam evitar a dor, acreditando que ser forte significa não chorar ou não demonstrar tristeza.
No entanto, suprimir essas emoções pode prolongar o processo de luto e dificultar a cura. Imagine que você acabou de perder sua mãe: é natural sentir uma pressão para voltar ao trabalho rapidamente e mostrar que está “bem”.
Mas, em vez de ignorar a tristeza, ele reserva alguns momentos durante o dia para simplesmente estar consigo mesmo. Ele se permite chorar, refletir sobre suas memórias e, com o tempo, percebe que essa prática o ajuda a processar a dor de forma mais saudável.
Na prática, estamos falando de um ato de autocompaixão: reconheça que a tristeza faz parte da experiência humana, e não há vergonha em expressar o que você está sentindo.
2. Busque apoio
Lidar com a dor do luto sozinho pode aumentar a sensação de isolamento. Buscar o apoio de amigos, familiares ou até mesmo de grupos específicos pode proporcionar uma rede de acolhimento que facilita a expressão dos sentimentos.
Afinal, falar sobre o que está acontecendo com alguém de confiança pode aliviar o peso desses sentimentos. Alguém que lidar com a perda de um grande, por exemplo, pode até tentar se isolar, achando que ninguém vai entender a sua dor, mas não é isso que vai resolver o problema.
E pode ser conversando com pessoas próximas, como um outro amigo ou parente, em que é possível perceber que aquele compartilhamento dos sentimentos trouxe, na verdade, alívio. Compartilhar a dor não diminui sua intensidade, mas cria um ambiente de compreensão e apoio que pode ser essencial durante o luto.
3. Pratique o autocuidado
Durante o luto, é fácil negligenciar cuidados básicos, como uma alimentação adequada, atividade física e descanso. O autocuidado, porém, é um componente essencial para manter a saúde emocional. Ele não só contribui para o bem-estar físico, como também ajuda a mente a processar melhor as emoções.
Não à toa, é natural que quem está lidando com o luto acabe se descuidando, não dedicando as horas de sono, parando de praticar exercícios e se alimentando de maneira ruim. O sentimento ao final de cada dia é apenas o de sobrevivência.
Mas basta voltar a fazer caminhadas diárias e a preparar refeições saudáveis, que, aos poucos, é comum já se sentir mais equilibrado emocionalmente.
O autocuidado pode ser tão simples quanto reservar alguns minutos para meditar, ler um livro ou até mesmo sair para tomar um pouco de ar fresco. Essas práticas podem trazer um alívio mental e físico necessário em momentos de luto.
4. Estabeleça pequenos objetivos diários
Lembra que falamos de apenas “sobreviver”? Então, especialmente em momentos de luto, as maiores tarefas da sua rotina podem parecer complexas. A solução é definir pequenos objetivos diários, o que pode ajudar a retomar uma sensação de controle e normalidade.
Esses objetivos não precisam ser grandiosos, na verdade, quanto mais simples, melhor, o que ajuda a evitar a sensação de estagnação. E são os menores que mais fazem a diferença: arrumar a cama pela manhã ou responder e-mails pendentes.
Cumprir essas pequenas tarefas a faz sentir que está, de certa forma, retomando o controle sobre sua vida. Esses pequenos passos ajudam a construir uma sensação de progresso e dão a estrutura necessária para que, aos poucos, você possa enfrentar tarefas maiores.
5. Expresse suas emoções
Encontrar uma forma de expressar o que você está sentindo é fundamental para manter sua saúde emocional. Muitas vezes, não conseguimos verbalizar o que sentimos, e, para essas situações, há outras maneiras de externalizar a dor. A expressão criativa, como escrever, pintar ou tocar música, pode ser um caminho eficaz para canalizar emoções.
Uma prática muito comum é, para quem sente uma mistura de tristeza e raiva após a morte de alguém próximo, usar outros métodos de expressão. Alguém que perdeu o avô, por exemplo, pode escrever cartas para ele, como se a conversa tivesse seguido, ajudando a colocar os sentimentos em algum lugar.
Na prática, as cartas nunca serão enviadas, mas o processo de colocar seus sentimentos no papel o ajuda a processar a perda de forma mais clara. E o importante é entender que essa expressão não precisa ser pública.
6. Pratique a resiliência
Um conceito importante precisa ser aliado da saúde emocional: afinal, a resiliência é a capacidade de se recuperar de situações difíceis e adaptativas.
No contexto do luto, isso não significa superar a dor rapidamente, mas sim encontrar formas de seguir em frente, aprendendo e crescendo a partir da experiência. A resiliência pode ser desenvolvida por meio de práticas como a meditação, a reflexão e o aprendizado com os desafios.
Ainda mais quando falamos em situações em que a morte é inesperada, como a perda de uma criança, a resiliência se torna essencial. O objetivo é transformar a dor em ações que a ajudam a seguir em frente, como o envolvimento em campanhas de apoio a pais enlutados.
Mas não se esqueça: ser resiliente não significa não sentir dor. Significa, sim, aprender a navegar por ela e encontrar formas de se reconstruir, mesmo quando parece impossível.
7. Aceite que o processo de luto não tem prazo
O luto é um processo único e não segue um cronograma fixo. Aceitar que a cura emocional não tem um tempo determinado pode aliviar a pressão de “superar” a perda. Cada pessoa lida com o luto de forma diferente, e é importante respeitar seu próprio ritmo.
Imagine que o Pedro está de luto pela perda de sua esposa há mais de um ano e sente que as pessoas ao seu redor esperam que ele já tenha “seguido em frente”. Ele percebe que seu processo é mais longo do que o de outros e, em vez de se sentir culpado por isso, Pedro decide que é normal sentir falta de sua esposa pelo tempo que for necessário.
Por mais que as pessoas ao redor queiram ajudar, é fundamental se permitir viver o luto no seu ritmo pessoal, sem comparações ou expectativas irreais. Esse é, sem dúvidas, um dos passos mais importantes para manter sua saúde mental intacta.
8. Busque ajuda profissional
Em muitos casos, a ajuda de um profissional pode ser essencial para lidar com o luto de maneira saudável. Psicólogos, terapeutas e até grupos de apoio específicos para o luto podem oferecer orientação especializada, ajudando a pessoa a processar suas emoções e encontrar formas de seguir em frente.
Se o luto está afetando profundamente a sua vida, comprometendo sua capacidade de realizar tarefas diárias ou levando a sentimentos intensos de desesperança, buscar ajuda profissional pode ser um passo crucial.
Como falamos mais acima, esses profissionais têm o treinamento necessário para ajudar a navegar pelas emoções complexas que acompanham o luto. Assim, vão poder direcionar você para os caminhos e melhores práticas que ajudem a lidar com esses desafios da forma mais eficiente possível.
Reconhecer seus sentimentos, praticar o autocuidado e buscar apoio são passos essenciais para manter o equilíbrio emocional durante esse período tão delicado. Se você está passando por um momento de perda, é importante se lembrar de que não está sozinho e que existem formas de encontrar alívio e conforto.
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