Seja o luto pela mãe, pai, avós, um amigo ou quem for, a forma como cada um lida com a morte é algo pessoal, que varia muito. Algumas pessoas passam por um período de maior dificuldade após uma perda. Em alguns casos, o luto comum, que todos vivemos, pode se transformar em algo permanente, conhecido como luto patológico. Mas o que é luto patológico? O luto se torna patológico?
Sabe quando, após a morte de alguém muito próximo, a pessoa para de frequentar locais que trazem memórias sobre quem partiu? Ou mesmo não consegue encontrar alegria em atividades que sempre gostou? Situações como essas são muito características de quem enfrenta esse problema.
O que acha, então, de entender um pouco mais sobre o que é o luto patológico? Continue a leitura e entenda como ele pode ser enfrentado!
O que é luto patológico?
O luto patológico é uma condição emocional intensa que persiste por um longo período após uma perda significativa, como a morte de um ente querido. Diferente do luto normal, ele impede a pessoa de retomar suas atividades diárias e de se adaptar à ausência do falecido. Isso cria um cenário ainda mais complicado de ser resolvido.
Normalmente, os sintomas incluem tristeza profunda, culpa excessiva e pensamentos persistentes sobre o falecido. Apesar do luto ser algo natural, quando ele se estende até esse nível, passa a deixar marcas na saúde mental da pessoa enlutada. Neste ponto, buscar tratamento pode ser o melhor caminho.
Quando o luto se torna patológico?
A próxima pergunta é bastante natural e inevitável: como saber quando o luto se torna patológico? O que marca esse estado?
O luto se transforma em luto patológico quando os sentimentos de perda se intensificam ao ponto de interferir de modo duradouro nas atividades e no dia a dia. Afinal, esse tipo de luto vai além da tristeza normal associada a um falecimento. Sua fase mais aguda se segue e a pessoa falha em se adaptar à vida sem o ente querido.
Uma pessoa que experimenta luto normal, por exemplo, pode sentir tristeza e saudade, mas começa a retomar suas atividades habituais aos poucos e encontra conforto em lembranças do falecido, enxergando coisas positivas nas memórias que ficaram com aquela pessoa.
Por outro lado, alguém que sofre com luto patológico pode ser incapaz de voltar ao trabalho ou manter relações sociais, mostrando pouco interesse em atividades que antes eram prazerosas. Em casos mais graves, isso pode afetar totalmente o dia a dia da pessoa.
Mas também é importante reforçar que o luto patológico não é apenas uma resposta ampliada ao luto comum. É uma condição complexa que pode exigir intervenção profissional. Psicólogos e terapeutas especializados podem ajudar através de terapias focadas no luto, oferecendo estratégias para lidar com a dor do luto e da ausência.
O luto patológico é o mesmo que depressão?
Apesar dessas duas condições terem algumas similaridades, como tristeza mais intensa ou mesmo a perda de interesse, é importante entender as diferenças entre elas:
- Luto patológico: é uma resposta a uma perda significativa e as manifestações incluem uma saudade intensa, pensamentos constantes sobre o falecido, e dificuldade em aceitar a morte. Por exemplo, uma pessoa pode se sentir incapaz de se desfazer dos pertences de quem morreu ou evitar lugares que lembram essa pessoa;
- Depressão: é um transtorno do humor que afeta como a pessoa se sente, pensa e lida com as atividades cotidianas. Os sintomas são mais abrangentes e não estão necessariamente ligados a um evento de perda. Podem incluir sentimentos de tristeza, vazio, inutilidade, e podem ocorrer sem uma causa externa óbvia.
Em resumo, por mais que os dois possam existir ao mesmo tempo, o luto patológico está relacionado a uma perda e seu impacto na vida da pessoa. A depressão pode surgir sem um gatilho claro e tem um escopo mais amplo em termos de causas e sintomas.
Como identificar este processo em você ou no outro?
Para entender se você ou alguém próximo está passando pelo processo de luto patológico, alguns fatores podem ser analisados:
- Sofrimento persistente: a dor da perda não diminui com o tempo, e pode até piorar;
- Foco intenso no falecido: pensamentos constantes sobre a pessoa que morreu, a ponto de interferir em outras áreas da vida;
- Evitação severa de tudo que lembre a perda: a pessoa evita lugares, pessoas ou atividades que trazem lembranças do ente querido;
- Sentimentos de desesperança ou falta de propósito: uma visão negativa sobre o futuro sem a presença do falecido;
- Sintomas físicos: problemas de sono, alterações no apetite ou outros problemas de saúde relacionados ao estresse emocional.
O luto patológico é uma doença?
Historicamente, o luto patológico não é listado como uma doença no DSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, Revisão Textual). Mas isso não significa que essa hipótese está totalmente descartada, já que se trata de uma área que ainda precisa de mais estudos.
De acordo com o próprio artigo, uma mudança importante pode ser fundamental para o futuro:
O que é o luto persistente?
Dentro dessa discussão, surge o conceito de luto persistente, que tenta equilibrar essas perspectivas, reconhecendo que enquanto a maioria das pessoas se recupera do luto com o tempo e suporte, algumas pessoas experimentam uma forma mais grave e prolongada que pode necessitar de intervenção profissional.
A ideia dessa abordagem é reforçar a importância de avaliar o impacto do luto na funcionalidade do indivíduo, em vez de apenas o tempo desde a perda. Afinal, nesses cenários, é natural pensar em tratamentos como terapia individual, em grupo e, em casos mais graves, até mesmo medicação recomendada por especialistas.
Por mais que a definição de luto patológico como uma doença ainda esteja aberta para debate, é indiscutível que a condição requer atenção e cuidados adequados. E o melhor caminho para lidar com essa situação é procurar por orientação profissional que ajude a entender os melhores tratamentos.
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